Me chamo Lis.

 

 

 

E confesso que, para uma mulher introspectiva como eu, sentar-se diante de um computador e abrir o coração sobre dores, culpas e recomeços é como atravessar um deserto sem mapa. Mas foram justamente essas dores  as da mulher que tenta ser tudo, para todos, o tempo todo que me trouxeram até aqui.

Sou da área de negócios. Por anos, minha vida girou em torno de planilhas, metas e a ilusão de controle. Escolhi priorizar carreira, estudos e estabilidade financeira. Tornei-me mãe mais tarde do que gostaria, e essa decisão como tantas outras  trouxe consequências que hoje ecoam em perguntas sem resposta: “Dará tempo de ser mãe de novo?” Sei que muitas mulheres não desejam filhos, e respeito profundamente cada escolha. Mas esta é a minha história, e talvez ela ressoe em você.

Por muito tempo, acreditei que dava conta. Trabalho, casa, filho, marido. Acordar às 5h30, arrumar meu pequeno para a escola, enfrentar o trânsito caótico de São Paulo em cima de uma moto (sim, aprendi a pilotar por “eficiência”, porque o relógio nunca espera). Meu marido saía às 4h da manhã, e eu? Eu tentava ser a heroína que ninguém havia pedido.

Até que, em um dia comum, subindo a passarela que levava ao meu escritório, meu corpo travou. De repente, não sabia onde estava. Aquele caminho, que eu cruzava todos os dias, virou um vazio. Se não fosse um colega que me reconheceu, teria ficado ali, parada, como um sistema em colapso.

No consultório médico, veio o diagnóstico: burnout. Mas o que doía mesmo não era a palavra  era o peso de perceber que, em algum momento, eu havia me perdido de mim mesma.

O processo de me reencontrar foi lento. Tive que encarar as culpas: da mãe ausente, da esposa distante, da profissional exausta. Aprendi que não existe equilíbrio perfeito  só escolhas diárias. E que, por mais tortuoso que seja o caminho, sempre há um retorno possível.

Hoje, sou uma versão mais gentil de mim. Não a perfeita, não a que “resolve tudo”, mas a que aprende. A que troca a pressão pelo autocuidado, a culpa pela compaixão.

 

Por que este Blog existe?

 

Este espaço nasceu da minha jornada de descobertas e cura  sobre o autocuidado que nunca me ensinaram. Aqui, falo sobre as crenças que herdamos desde a infância, aquelas vozes sussurrando que “cuidar de si é egoísmo” ou que “descansar é perda de tempo”. Compartilho meus tropeços e aprendizados enquanto busco equilibrar trabalho e família sem se esquecer de mim, não apenas a cuidadora.

Este blog vai além de reflexões: é um lembrete prático de que cuidar da mente é tão vital quanto cuidar do corpo. Aqui, você encontrará desde rituais simples de skincare (porque lavar o rosto pode ser um ato revolucionário quando feito com presença) até alertas sobre saúde muitas vezes negligenciada aquela dorzinha “sem importância”, o cansaço que virou normal.

Minha missão? Mostrar que o autocuidado não é um luxo, mas uma sobrevivência emocional. Que rotinas mínimas  um chá em silêncio, uma pausa para respirar, dizer “não” sem culpa  são tijolos para reconstruir uma vida mais leve.

Se você também sente que foi treinada para servir antes de se servir, espero que aqui encontre coragem para riscar seu nome no topo da própria lista. 


Lis

“Não precisamos carregar o mundo nas costas. Às vezes, basta lembrar que temos um corpo  e que ele merece descanso, não apenas desempenho.”

✨ Com carinho,
Lis (do Cuidados que Brilham)

Quem escreve
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